Quando as dificuldades trazem a solução ; Após ficar tetraplégico, João Manoel Ardigo garante que mudou a sua vida para melhor; hoje ele dirige, escreveu um livro e voltou a estudar
Acidente aconteceu há oito anos: ‘‘Eu renasci, estou tendo a minha segunda chance, e quero aproveitá-la da melhor forma possível’’A falta de motivação ao acordar, a vontade de desistir quando tudo parece dar errado, a busca por um sentido na vida. Quem vivencia esse tipo de sentimento costuma procurar ajuda de diversas maneiras, seja na religião, em livros, terapeutas, etc. João Manoel Ardigo precisou passar por um grave acidente, ocorrido há oito anos e que lhe deixou graves sequelas, para encontrar essa resposta. Hoje, aos 34 anos, ele voltou a estudar, e é o primeiro lugar da sua turma de terceiro colegial em Rolândia (Norte). Vive na Internet, sai para a balada, ''fica'' com as garotas, adora um cineminha. Gosta de dirigir, planeja rodar o Brasil todo de carro um dia. E é tetraplégico. Ardigo não movimenta as pernas, e, embora seus braços tenham força, ele perdeu o controle das mãos. ''Eu renasci, estou tendo a minha segunda chance, e quero aproveitá-la da melhor forma possível'', afirma. Para tanto, ele enfrentou cada etapa de sua recuperação com naturalidade, e vive em busca de novos desafios, que ele encara apenas como mais um elemento para seu crescimento pessoal. ''Se não tivesse sofrido esse acidente, não sei se eu teria feito tanta coisa. Hoje eu sou mais alegre, e tento passar essa alegria para as pessoas.'' A tetraplegia mudou não apenas o modo de Ardigo encarar a vida, como também o deixou mais empenhado para resolver suas dificuldades. Com mais de 1,80 m de altura e pesando mais de 70 quilos, sempre foram necessárias duas pessoas para levantá-lo da cadeira de rodas. Para sair do carro, então, em que o espaço é exíguo e a porta não abre o suficiente, era mais complicado ainda. Foi quando ele idealizou um apoio em formato de banco para ser acoplado no veículo e facilitar a sua locomoção para entrar e sair do carro. Com esse acessório, qualquer pessoa consegue, sozinha, colocá-lo no banco do motorista. Ele desenvolveu um apoio semelhante também para sair da cama. O próprio fato de voltar a ter uma carteira de habilitação já havia sido uma grande conquista. Foram meses de treinamento e adaptações para conseguir dominar o volante, coisa que hoje ele faz com desenvoltura. Ardigo não só acredita levar uma vida completamente normal, como ressalta que tem inclusive uma vida sexual ativa. ''As pessoas acham que, quando você fica tetraplégico, está morto. Mas existem diversos tratamentos específicos para que se possa voltar a ter relações'', informa. Depois de se divorciar, três anos após o acidente, ele já namorou e quase casou outra vez. Do primeiro matrimônio, restou a amizade com a ex-mulher e um filho de 10 anos, que mora com a mãe mas visita o pai sempre que deseja. Em uma dessas visitas, o garoto foi atropelado em frente à residência de Ardigo. ''Ele ficou muito mal, quase morreu. Essa foi a pior coisa que aconteceu na minha vida'', relembra. Ardigo escreveu um livro contando suas experiências nos primeiros sete anos depois do acidente, e o lançou por conta própria. Ele já planeja outro, contando a aceitação e o apoio dos colegas em sua volta às aulas. Mas os planos não páram por aí: um de seus maiores sonhos, hoje, é se formar em jornalismo. E voltar a andar? ''Eu não fico contando muito com isso para não me frustar futuramente. É claro que eu quero muito poder voltar a andar, mas também preciso ir levando a minha vida.'' Da vida normal que levava antes do acidente à vida normal que Ardigo leva agora, a grande diferença não é o fato de precisar de uma cadeira de rodas e da ajuda de outras pessoas para se locomover, e sim a sua mudança de postura em relação aos problemas. ''Antigamente, se uma coisa não dava certo, eu desistia. Agora, persisto até conseguir. Porque a gente pode tudo. Eu brinco com o meu filho que, porque nós dois sobrevivemos, somos os super-homens.'' Serviço Quem quiser adquirir o livro ''Uma nova Vida em minha Vida'', de João Manoel Ardigo, pode entrar em contato com o autor pelo e mail: jmapr33@hotmail.com
Adriana Ito Reportagem Local
Acidente aconteceu há oito anos: ‘‘Eu renasci, estou tendo a minha segunda chance, e quero aproveitá-la da melhor forma possível’’A falta de motivação ao acordar, a vontade de desistir quando tudo parece dar errado, a busca por um sentido na vida. Quem vivencia esse tipo de sentimento costuma procurar ajuda de diversas maneiras, seja na religião, em livros, terapeutas, etc. João Manoel Ardigo precisou passar por um grave acidente, ocorrido há oito anos e que lhe deixou graves sequelas, para encontrar essa resposta. Hoje, aos 34 anos, ele voltou a estudar, e é o primeiro lugar da sua turma de terceiro colegial em Rolândia (Norte). Vive na Internet, sai para a balada, ''fica'' com as garotas, adora um cineminha. Gosta de dirigir, planeja rodar o Brasil todo de carro um dia. E é tetraplégico. Ardigo não movimenta as pernas, e, embora seus braços tenham força, ele perdeu o controle das mãos. ''Eu renasci, estou tendo a minha segunda chance, e quero aproveitá-la da melhor forma possível'', afirma. Para tanto, ele enfrentou cada etapa de sua recuperação com naturalidade, e vive em busca de novos desafios, que ele encara apenas como mais um elemento para seu crescimento pessoal. ''Se não tivesse sofrido esse acidente, não sei se eu teria feito tanta coisa. Hoje eu sou mais alegre, e tento passar essa alegria para as pessoas.'' A tetraplegia mudou não apenas o modo de Ardigo encarar a vida, como também o deixou mais empenhado para resolver suas dificuldades. Com mais de 1,80 m de altura e pesando mais de 70 quilos, sempre foram necessárias duas pessoas para levantá-lo da cadeira de rodas. Para sair do carro, então, em que o espaço é exíguo e a porta não abre o suficiente, era mais complicado ainda. Foi quando ele idealizou um apoio em formato de banco para ser acoplado no veículo e facilitar a sua locomoção para entrar e sair do carro. Com esse acessório, qualquer pessoa consegue, sozinha, colocá-lo no banco do motorista. Ele desenvolveu um apoio semelhante também para sair da cama. O próprio fato de voltar a ter uma carteira de habilitação já havia sido uma grande conquista. Foram meses de treinamento e adaptações para conseguir dominar o volante, coisa que hoje ele faz com desenvoltura. Ardigo não só acredita levar uma vida completamente normal, como ressalta que tem inclusive uma vida sexual ativa. ''As pessoas acham que, quando você fica tetraplégico, está morto. Mas existem diversos tratamentos específicos para que se possa voltar a ter relações'', informa. Depois de se divorciar, três anos após o acidente, ele já namorou e quase casou outra vez. Do primeiro matrimônio, restou a amizade com a ex-mulher e um filho de 10 anos, que mora com a mãe mas visita o pai sempre que deseja. Em uma dessas visitas, o garoto foi atropelado em frente à residência de Ardigo. ''Ele ficou muito mal, quase morreu. Essa foi a pior coisa que aconteceu na minha vida'', relembra. Ardigo escreveu um livro contando suas experiências nos primeiros sete anos depois do acidente, e o lançou por conta própria. Ele já planeja outro, contando a aceitação e o apoio dos colegas em sua volta às aulas. Mas os planos não páram por aí: um de seus maiores sonhos, hoje, é se formar em jornalismo. E voltar a andar? ''Eu não fico contando muito com isso para não me frustar futuramente. É claro que eu quero muito poder voltar a andar, mas também preciso ir levando a minha vida.'' Da vida normal que levava antes do acidente à vida normal que Ardigo leva agora, a grande diferença não é o fato de precisar de uma cadeira de rodas e da ajuda de outras pessoas para se locomover, e sim a sua mudança de postura em relação aos problemas. ''Antigamente, se uma coisa não dava certo, eu desistia. Agora, persisto até conseguir. Porque a gente pode tudo. Eu brinco com o meu filho que, porque nós dois sobrevivemos, somos os super-homens.'' Serviço Quem quiser adquirir o livro ''Uma nova Vida em minha Vida'', de João Manoel Ardigo, pode entrar em contato com o autor pelo e mail: jmapr33@hotmail.com
Adriana Ito Reportagem Local
Um comentário:
Ameiiiiiiiiiiiiii
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