segunda-feira, 19 de março de 2012

RELEMBRAR O ONTEM

RELEMBRAR O ONTEM

Hoje, feriando aqui em minha cidade, dia de São José nosso padroeiro. Tarde tranquila com céu azul, sol brilhante, últimos dias de verão, já podendo sentir a leve brisa de outono ah! se o ano todo fosse esse clima, fresquinho de manha e calor maravilhoso à tarde, mas ai era querer de mais.

Nessa tarde deslumbrante, eu aqui no meu computador matando um pouco de tempo e viajando por esse universo imenso que é a internet. Recebi um e-mail de amigo, o conheço apenas virtualmente, ele acabara de me enviar um texto que ele próprio escreveu contando um pouco do que tinha acontecido com ele.

No seu texto ele dizia entre outras coisas, que tinha perdido uma das pernas em um acidente automobilístico. Por imprudência de outros. Contava também que havia passado muito tempo internado no hospital até se restabelecer, e das suas dificuldades em aceitar o que tinha acontecido com ele.

Ao ler suas palavras, suas frases me fez relembras dos dias que também passei no hospital, as angústias de ficar ali, ora acordado, ora sonolento pelas medicações que ingeríamos, ouvindo os passos dos enfermeiros que andavam de um lado para o outro. Engraçado que nos tivemos lesões diferentes, mas o tratamento as angústia eram iguais.

Numa dessas frases ele descrevia como era seus banhos no hospital. Sempre em dupla os enfermeiros, às vezes eram homens, ou só mulheres ou ambos, mas o constrangimento era sempre igual.

Você ali despido, as pessoas te tocando, com um pano úmido, passando em suas entranhas e você ali imóvel. Muitas vezes com vontade de chorar, rezando para que terminasse logo. Somos frágeis de carne. Mas somos uma fortaleza de alma isso que nos da força de seguir em frente e superar essas barreiras que parecem ser insuperáveis.

Como meu amigo disse no seu texto, esses “banhos” pareciam ser um “lava rápido” aqueles que você entra com seu carro e sai do outro lado, meio limpo - meio sujo. Mas a sensação era a mesma que eu senti, e que ele também sentiu.

Infelizmente eu ou meu amigo não fomos e nem seremos os últimos que passamos por isso. Outras pessoas iram prova esse desabor que a vida nos prega.

Mas a uma coisa boa nisso tudo, tanto eu como ele sobrevivemos. Hoje dou valor até a última gota de água que cai do chuveiro, pois “lava rápido ou panos úmidos” só em histórias para contar.

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