Às vezes nossas vidas são ingratas.
Quando nascemos, será que nossos destinos já estão traçados?
Ou nós que os lapidamos durante nossas vidas?
Com o meu problema motor, por ser portador de uma tetraplégica, acabei conhecendo um mundo novo; Clinicas, hospitais e centros de reabilitações.
E consequentemente fui me envolvendo com outras pessoas que possuíam o mesmo problema que o meu e vários outros tipos enfermidade e deficiências.
E dois casos me chamaram a atenção; duas famílias, ambas de classe media, que nunca chegaram a se conhecer, mas suas histórias se fundem de uma maneira insólitas. Na qual lutam desesperadamente para tentar ajudar dois jovens rapazes a terem suas vidas normais de volta.
Alta madrugada toca o telefone da casa de uma das famílias, era do hospital municipal.
Ah!!! Último mergulho da noite, piscina maravilhosa, depois de churrasco na casa de um amigo do jovem rapaz. Até ai tudo normal, mas neste lastimável mergulho uma fatalidade... lá estava ele no fundo da piscina inconsciente ao bater com a cabeça e fraturar a coluna. A partir daquele momento sua vida e de sua família estaria marcada para sempre por este fatídico episodio. E lá estavam seus pais no hospital, a espera de informações...
Três horas da tarde de um lindo domingo a outra família procura seu filho, já temendo o pior. Era noite quando o encontraram, ele estava todo sujo só de calça, sem sapatos, sua mãe ao ver aquela cena deprimente desabou em lagrimas, o abraçou bem forte e o levaram para casa. A droga tinha consumido tudo, até sua dignidade.
Começavam ali as batalhas das famílias, ambas para salvarem seus filhos.
E sem querer nos perguntamos, será é o destino de cada um?
O primeiro jovem ficar numa cadeira de rodas para sempre?
E o segundo destruir sua vida como se não valesse nada.
Assim começa uma batalha contra o tempo;
1º Jovem - Depois da cirurgia uma triste noticia; ele está com uma grande deficiência motora; uma tetraplégica.
2º Jovem – Está internado numa clínica de reabilitação.
1º Jovem – Passa um mês no hospital.
2º Jovem – passa três meses na clinica e foge.
1º Jovem - está rodeado de amigo dando lhe força e vontade de viver.
2º Jovem – está sozinho e os poucos “amigos” que lhe resta o induzem as drogas.
1º Jovem – tenta de todas as formas sua reabilitação.
2º Jovem – cada dia mais dependente químico.
1º Jovem - Sua família vende e empresta dinheiro para tratamento de seu filho.
2º Jovem – rouba seus pais, para poder manter seu vicio.
Alguns meses depois...
Tive contato com as famílias novamente.
2º jovem – Por mais que seus pais lutaram contra essa “doença”, infelizmente não tiveram êxito. Ao ligar o radio em uma triste manhã de inverno ouve-se a notícia; “Jovem rapaz é encontrado morto...”.
Neste exato momento o copo de café quente que ainda exalava fumaça, se espatifar contra o chão, e o pressentimento de sua mãe era verdadeiro, pois era seu filho o rapaz da notícia...
E assim mais uma vida havia sido ceifada por está maligna praga que aos poucos vai comendo as almas de nossos jovens...
Enquanto isso...
1º Jovem – Ansioso pela chegada de seu pai, que havia saído para comprar um jornal. No qual havia a lista dos aprovados na OAB - ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Seu pai não havia nem aberto o jornal deixando assim a surpresa para todos em sua casa. Ao olhar a lista o jovem rapaz com uma tetraplégica motora oriunda de uma brincadeira de final de festas, exalou um sorriso!!! seu nome estava na lista de aprovado do exame. Eles não se contiveram em lagrimas, pois mesmo com todas as dificuldades impostas ao jovem, hoje ele era o mais novo advogado de sua cidade.
Se perguntássemos para mãe do 2º jovem; se ela pudesse interferi no destino; e em vez de ver seu filho morto nesta circunstância que ocorreu; ou ela preferisse que ele permanecesse numa cadeira de rodas pelo resto de sua vida ali ao seu lado. Com certeza ela ficaria com a segunda opção.
Por mais que seja doloroso para uma mãe ou pai ver seu filho numa cadeira de rodas, ainda sim, não se compara a perda de um jovem para guerra que é travada dia-a-dia em nossa sociedade e que infelizmente sempre saímos perdedores... Pois a vida continua...
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